Diretora-presidente do ISP ministra instrução para pontos focais do Núcleo de Religiões de Matrizes Africanas

Diretora-presidente do ISP ministra instrução para pontos focais do Núcleo de Religiões de Matrizes Africanas
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Capacitação promovida pela Polícia Militar prepara agentes para atuar no combate à intolerância religiosa no estado

Na quinta-feira (1º), a diretora-presidente do ISP, Marcela Ortiz, ministrou uma aula sobre as estatísticas oficiais do estado do Rio de Janeiro aos pontos focais dos sete Comandos de Policiamento de Área (CPAs) do estado fluminense. A iniciativa, promovida pela Coordenadoria de Assuntos Estratégicos (CAEs) da Polícia Militar, faz parte do programa de capacitação do Núcleo de Religiões de Matrizes Africanas (NAFRO), formando 21 agentes de Segurança, sendo um oficial e dois praças por guarnição.

A abertura do evento foi conduzida pelo secretário de Polícia Militar, Henrique Marinho, juntamente com o Coordenador de Assuntos Estratégicos da SEPM, coronel Max William, e contou com a presença de diversas autoridades, como a titular da Delegacia de Crimes Raciais e Delitos de Intolerância (Decradi), Rita Salim, e o coronel PM Ubiratan Ângelo, além de representantes religiosos e pesquisadores sobre o tema.

Primeira palestrante da tarde, a diretora-presidente do ISP enfatizou a importância da sistematização e divulgação de dados estatísticos para que a sociedade esteja ciente de que a intolerância religiosa e o preconceito são crimes que devem ser denunciados e punidos:

-Os levantamentos produzidos pelo ISP visam fomentar o diálogo entre Estado e sociedade no enfrentamento da intolerância. Sabemos que ainda há subnotificações, muitas vezes causadas pela falta de informação, mas é importante enfatizar que o Governo do Rio possui mecanismos para assegurar o direito à liberdade de crença - declarou a diretora-presidente do ISP, Marcela Ortiz.

Segundo os dados fornecidos pelo Instituto, em 2023, 34 vítimas de ultraje a culto religioso procuraram uma delegacia de polícia para registrar o crime. Durante a instrução, Ortiz explicou que a tipificação criminal é determinada pela ridicularização pública, impedimento ou perturbação de cerimônia religiosa.

No total, as delegacias da Secretaria de Polícia Civil registraram aproximadamente 3 mil crimes que podem estar relacionados à intolerância religiosa, incluindo injúria por preconceito (2.021 vítimas) e preconceito de raça, cor, religião, etnia e procedência nacional (890).

Diante dessa realidade, a Secretaria de Polícia Militar fundou o Núcleo de Religiões de Matrizes Africanas em junho do ano passado. A iniciativa busca fortalecer a compreensão dos policiais, promovendo o respeito à diversidade religiosa e ampliando o diálogo entre a polícia de proximidade e a comunidade.

-A ideia das forças policiais é que o cidadão possa exercer normalmente seus direitos, e seu direito de crença também deve ser aplicado. A oportunidade de capacitar núcleos dentro dos Comandos de Área da Polícia Militar é que possam ser multiplicadores dessa conscientização social para todos os nossos policiais - explicou o coronel PM Max William.

Como denunciar:

Os crimes de intolerância religiosa, ultraje a culto, injúria racial e racismo podem ser denunciados em qualquer delegacia de Polícia Civil. O estado do Rio de Janeiro conta ainda com a Delegacia de Combate a Crimes Raciais e Delitos de Intolerância (Decradi), especializada no atendimento de vítimas de racismo, homofobia e intolerância religiosa. A unidade funciona no Centro do Rio (Rua do Lavradio, nº 155). Os registros também podem ser feitos pela Delegacia Online da Secretaria de Estado de Polícia Civil.7SP Imagem widget